segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Por Tu Padre" - Dirección: Miguel Cavia


"Por Tu Padre" (Argentina)/ Theatro São Pedro - "O espetáculo trata da relação de paternidade, do desafio de saber sobre a própria origem. No enterro do pai, o filho, já aos trinta anos e também pai, de um menino de 12 anos, resolve esclarecer a dúvida sobre sua verdadeira ascendência. Na cerimônia do funeral, está o antigo amante de sua mãe, amigo do seu pai agora morto. E seu possível pai verdadeiro. A direção de Miguel Cavia torna o contexto de um mero ajuste de contas em um diálogo sobre a solidão e a ternura, a identidade de alguém que tem sempre muitas possíveis origens."
Sábado, dia 18/9, lá fui eu assistir "Por Tu Padre" no São Pedro. Na verdade fui ver "ao vivo" Federico Luppi, esse ator argentino que adoro desde que o vi no filme Elsa y Fred. Teatro cheio, eu na quarta fila da plateia (uhu!) e começa o espetáculo. O que vejo em cena são dois grandes atores, senhores do seu ofício. Adrián Navarro, o filho frágil, fraco, tímido, solitário, quase infantil mantém-se num estado de alma tão intenso e verdadeiro do primeiro ao último minuto ... lindo de ver, de sentir, de respirar junto. O embate entre o filho e o (s) pai (s) se dá através de diálogos banais (e reais!), se ri muito, mas também há tempo para reflexões. Que pessoas queremos ser ou não ser? Eis a questão! Esse filho que ainda tem reações de um menino de 12 anos queria ser assim? Ou não conseguiu ser de outra forma? Esse pai tão fraco, que aceitou a traição da mulher (por não saber exisitir sem ela!) queria ser assim? Ou não conseguiu ser de outra forma? Questionamentos, razões, medos, angústias, amor ... tudo está ali. Federico Luppi, como o pai, vive toda a fragilidade daquele ser, da mesma forma que vive a certa prepotência do antigo amante ... é real, natural ... como o cara que a gente tem (ou teve) em casa e a quem chamamos de pai. Dois grandes atores em cena, direção segura e que diz a que veio, cenário e luzes de uma beleza e delicadeza de acordo com o clima ... o que dizer? Que foi muito bom sair de casa e que voltei para ela levada pelos deuses do teatro. Evoé!

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