quarta-feira, 31 de março de 2010

... Páscoa ... Pessach ...

Páscoa

A Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era Comum. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes.
Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos que se indicam a seguir.
A última ceia partilhada por Jesus Cristo e seus discípulos é narrada nos Evangelhos e é considerada, geralmente, um “sêder do pesach” – a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos ativermos à cronologia proposta pelos Evangelhos sinópticos. O Evangelho de João propõe uma cronologia distinta, ao situar a morte de Cristo por altura da hecatombe dos cordeiros do Pessach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta mesma festividade.


Pessach

Pessach (do hebraico פסח, ou seja, passagem), também conhecida como Páscoa judaica, é o nome do sacríficio executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico e que precede a Festa dos Pães Ázimos (Chag haMatzot). Geralmente o nome Pessach é associado a esta festa também, que celebra e recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme narrado no livro de Shemot (Êxodo).
De acordo com a tradição, a primeira celebração de Pessach ocorreu há 3500 anos, quando de acordo com a Torá, Deus enviou as Dez pragas do Egito sobre o povo do Egito. Antes da décima praga, o profeta Moisés foi instruído a pedir para que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais (mezuzót) das portas com o sangue do cordeiro, para que não fossem acometidos pela morte de seus primogênitos.
Chegada a noite, os hebreus comeram a carne do cordeiro, acompanhada de pão ázimo e ervas amargas (como o rábano, por exemplo). À meia-noite, um anjo enviado por Deus feriu de morte todos os primogênitos egípcios, desde os primogênitos dos animais até mesmo os primogênitos da casa do Faraó. Então o Faraó, temendo ainda mais a Ira Divina, aceitou liberar o povo de Israel para adoração no deserto, o que levou ao Êxodo.
Como recordação desta liberação, e do castigo de Deus sobre Faraó foi instituído para todas as gerações o sacrifício de Pessach.
É importante notar que Pessach significa a passagem, porém a passagem do anjo da morte, e não a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho ou outra passagem qualquer, apesar do nome evocar vários simbolismos.
(Fonte: Wikipédia)

Vamos todos celebrar a Libertação e a Ressurreição!

Feliz Páscoa! 
Chag Pessach Sameach
¡Felices Pascuas!

¡Hasta Pronto! ¡Besitos!



terça-feira, 30 de março de 2010

... Hoje ...

"Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas.
Nada contava nem tinha nome:
  o mundo era do ar que esperava.
Eu conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
encheram o outono de dádivas".
(Pablo Neruda)

sexta-feira, 26 de março de 2010

... Reflexões Teatrais ...

"O teatro talvez seja uma das artes mais difíceis porque requer três conexões que devem coexistir em perfeita harmonia: os vínculos do ator com sua vida interior, com seus colegas e com o público. Em primeiro lugar, o ator tem que manter uma relação profunda e secreta com suas fontes mais íntimas de significação. (...) É o que deveria fazer todo ator de verdade: estar em dois mundos ao mesmo tempo." 
(Peter Brook)

segunda-feira, 22 de março de 2010

... Um pouco de Brecht ...

Aos Que Virão Depois de Nós

Eu vivo num tempo sem sol.
Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando falar de flores é quase um crime pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso.
Nada do que eu faço dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
Se o copo de água que eu bebo, faz falta a quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.

Eu queria ser um sábio.

Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo
e sem medo passar o tempo que se tem para viver na terra.
Seguir seu caminho sem violência,
pagar o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo num tempo sem sol!

Eu vim para a cidade no tempo da desordem,
quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo da revolta
e me revoltei ao lado deles.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.
Eu comi o meu pão no meio das batalhas,
deitei-me entre os assassinos para dormir.
Fiz amor sem muita atenção
e não tive paciência com a natureza.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.

Vocês, que vão emergir das ondas
em que nós perecemos, pensem,
quando falarem das nossas fraquezas,
nos tempos sombrios
de que vocês tiveram a sorte de escapar.

Nós existíamos através da luta de classes,
mudando mais seguidamente de países que de sapatos - desesperados! -
quando só havia injustiça e não havia revolta.

Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza
também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós,
que queríamos preparar o caminho para a amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo
em que o homem seja amigo do homem,
pensem em nós com um pouco de compreensão.

(Bertold Brecht)

quinta-feira, 18 de março de 2010

... Uma pequena apresentação ...

Muito prazer, sou Rosite Val. Filha de carioca com paulista. Neta de espanhóis, bahiano e fluminense. Sou essa mistura toda, bem brasileira, latino-americana, com muito orgulho. Tenho 36 anos e não me troco por nenhuma de 20. Sou Atriz - apaixonada pelos clássicos e pelo Théâtre du Soleil e tenho ex-alunos que se tornaram bons amigos; sou Produtora - apaixonada por música boa, de qualidade; sou a Jornalista pós-graduada em Cinema que sempre sonhou em construir submarinos. Tenho um amor pra vida toda. E muitos desejos a realizar. Acredito em Deus e que a Fé move montanhas. Amo cantar. Amo gatos e os meus são a minha vida. Amo sol, não gosto de chuva. Amigos? Tenho poucos, mas fiéis e leais. Malhar faz parte da minha vida, sem academia não sou ninguém. Amo o mar quente do Nordeste e o friozinho outonal de Porto Alegre. Nunca fui à Europa, mas já me deliciei nas praias paradisíacas do Uruguay e em sua histórica capital, Montevideo. Vi o sol se pôr às 21h e o amanhecer sob um céu azul-violeta. Tenho muito orgulho da minha família e morro de saudade dela. Meu avô sempre foi, é e sempre será o meu herói. Aprendi, desde muito pequena, que todos nós somos iguais e que ninguém é melhor do que ninguém; que caráter, honestidade, lealdade e solidariedade vêm de berço. Se tem ou não. Que dom é nato. Que talento se compra. Sou guerreira. Sou feliz. Isso é o que importa.
¡Hasta Pronto!
¡Besitos!

quarta-feira, 17 de março de 2010

... Reflexões ...

"Ser artista não significa calcular e contar, mas sim amadurecer como a árvore que não apressa a sua seiva e enfrenta tranquila as tempestades da primavera, sem medo de que depois dela não venha nenhum verão. O verão há de vir. Mas virá só para os pacientes, que aguardam num grande silêncio intrépido, como se diante deles estivesse a eternidade. Aprendo-o diariamente, no meio de dores a que sou agradecido: a paciência é tudo." 
(Rainer Maria Rilke)

sexta-feira, 12 de março de 2010

O novo espetáculo do Théâtre du Soleil - Parte 2

Meus caros!
Acabo de ler o novo artigo da minha querida Deolinda Vilhena sobre "Les Naufragés du fol Espoir" e como coisa boa é para ser partilhada, deixo aqui o link:
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4314987-EI11348,00-Um+teatro+popular+e+sem+concessoes.html

Já estou com os dedos cruzados para que, em 2011, "Les Naufragés du fol Espoir" aporte no 18º Porto Alegre em Cena!

¡Hasta Pronto!
¡Besitos!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Teatro Uruguayo 2010: "Locas"

Meus caros!
Se estiverem em Montevideo entre os meses de março e abril tenho uma mega dica teatral: "Locas" com a grande atriz e minha amiga (e minha diretora!) Gabriela Iribarren. O espetáculo é belíssimo, de uma sensibilidade arrebatadora!

Seguem as informações:


"Locas”, de Sandra Massera
Dirección: Lila García
Actuación: Gabriela Iribarren

1900. Una mujer de familia tradicional quiere creer en el amor, ser una artista independiente y pensar por sí misma. Cuidado: en primavera, los asilos para alienados tienen vacantes. Una historia inspirada en casos como los de la escultora francesa Camille Claudel y la uruguaya Clara García de Zúñiga.

DE 6 DE MARZO hasta 25 DE ABRIL DE 2010

Sábados- 21h
Domingos - 19h

Teatro del Museo Torres García (Peatonal Sarandí 683, Montevideo).

Reservas: [5982] 916-2663, [5982] 915-6544, [59899] 266-581

Fotos do Acervo Gabriela Iribarren

O novo espetáculo do Théâtre du Soleil et Ariane Mnouchkine

Sou apaixonada pelo Théâtre du Soleil, então, peço licença à querida Deolinda Vilhena e publico o link da primeira parte do artigo escrito por ela sobre "Les Naufragés du fol Espoir" no Terra Magazine:

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4302081-EI11348,00-Mais+uma+obraprima+no+curriculo+de+Mnouchkine.html

É extasiante! Vale a pena dar uma olhadinha!

... Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito ...


Por que será que nossos grandes amigos moram sempre longe? Não falo daqueles amigos que nos viram nascer, crescer e envelhecer, falo daqueles que a vida nos apresentou, nos trouxe de maneiras diversas. Há uma “máxima” que diz que só são grandes amigos porque moram longe, porque se morassem perto desceriam de categoria. Pode ser que a distância ajude a conservar os melhores sentimentos, mas acredito que o que faz uma amizade crescer e prosseguir é uma mistura de querer conhecer o outro, de respeitar, admirar e amar. Sim! Amar e respeitar as diferenças, as semelhanças, as maluquices, as flores e os espinhos que cada um de nós carrega dentro de si. Mas para que isso aconteça verdadeiramente é necessário estar aberto porque só assim se dá a magia.
Ter amigos é uma dádiva, fazer novos amigos e conservá-los também. Posso dizer, como quase todo mundo, que já tive aquela fase em que achava que todas as pessoas que dividiam a mesa de bar ou trabalhavam comigo eram minhas amigas, ledo engano, bastou uma mudança no meu “status” para que todas desaparecessem. Claro, eram somente meus coleguinhas e coleguinhas não te estendem a mão, eles têm mais o que fazer ... é assim ... sem mágoas nem ressentimentos. A vida anda, a gente aprende a separar "o joio do trigo” e se diverte lembrando daqueles papos nas mesas de bar, daqueles tempos ingênuos (os benditos 20 e poucos anos), onde ninguém se conhecia de verdade, apesar da amálgama muitas vezes existente. Quando você vai se aproximando dos 30, muda o foco e aí surgem aquelas amizades que serão para sempre. Com um detalhe: esses amigos moram longe e não têm a mesma idade que você, mas têm um coração que combina com o seu e o desejo de querer conhecer a pessoa que está na sua frente. Não é toda hora que você ganha um presente como esse, mas quando ele chega te alegra e te acarinha ... isso é qualidade de amizade.
Os meus verdadeiros amigos estão espalhados por aí: em Recife, em Porto Alegre, em Montevideo, no Leme e em São Gonçalo, e sei que cada qual, a sua maneira, sempre estará ali com uma palavra para oferecer, um sorriso, um olhar. Da mesma forma que eu também estarei ... isso é RECIPROCIDADE. Sim! A via da amizade tem de ser de mão-dupla!
Obrigada a vocês que fazem parte da minha vida nesses últimos dez anos e saibam que podem contar comigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, pois o amor que nos une é philia e ágape, fraternidade e solidariedade!

terça-feira, 9 de março de 2010

Um pouco do Existencialismo Sartriano : o inferno são os outros ...

Esse é o verdadeiro inferno: a consciência não pode furtar-se a enfrentar outra consciência que a denuncia, por isso: “o inferno são os outros”. “Os Outros” são todos aqueles que, voluntária ou involuntariamente, revelam de nós a nós mesmos. Algumas vezes, mesmo sufocados pela indesejada presença do outro, tememos magoar, romper, ferir e, a contra-gosto, os suportamos. Uma vez que a incapacidade de compreender e aceitar as fraquezas humanas torna a convivência realmente um inferno, o angustiante existencialismo ateu sartriano não nos deixa saída. Sem o mínimo de boa-vontade, não há paraíso possível.

terça-feira, 2 de março de 2010

... Tragédias Gregas ...


Divina claridade e ar,
vestido lúcido da terra!
Quantos lamentos meus ouvistes,
quantos golpes desferidos em meu peito lacerado
sempre que a noite negra terminava!...
E meu abominado leito
é testemunha das vigílias lacrimosas
sofridas no palácio repugnante
e dos soluços por meu pai desventurado
que o sanguinário Ares não ceifou em terras bárbaras
mas minha mãe e Egisto, parceiro de seu leito,
sacrificaram com seguidos golpes pérfidos
iguais aos de um seguro lenhador que abate árvores!
E não se escuta outro lamento além do meu por isso,
tu, meu pai, tendo sofrido tão injusta e insidiosa morte!
Mas o meu pranto nunca cessará,
nem meus sentidos ais,
enquanto eu contemplar os raios trêmulos
dos astros cintilantes
e esta diurna claridade!
Igual a pássaro que perde os filhos,
Não pararei de lamentar-me
de fazer ouvir meus gritos lancinantes
defronte às portas do palácio de meu pai!
Domínios de Hades e de Perséfone!
Hermes infernal e maldição divina
e vós angústias Fúrias, filhas dos onipotentes deuses,
vós que vedes os mortos sem justiça
e os espoliados até do próprio leito,
vinde, valei-me, vingai a morte de meu pai!
Mandai de volta o meu irmão!
Já não consigo suportar sozinha o peso
das mágoas que me afligem!

por ELECTRA (de Sófocles)