terça-feira, 30 de março de 2010

... Hoje ...

"Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas.
Nada contava nem tinha nome:
  o mundo era do ar que esperava.
Eu conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
encheram o outono de dádivas".
(Pablo Neruda)

Nenhum comentário: