quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

... Um novo tempo ... ¡Feliz Año Nuevo!

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

(Cecília Meireles)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

... Um pouco de poesia ...

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo, cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu 

Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.

(Chico Buarque)

sábado, 23 de outubro de 2010

26 e 27/10 - Lançamento de "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin" no Rio Scenarium!

Marcos Ozzellin, acompanhado do trio formado por André Mauto no violão 8 cordas, Marcelo Pfeil no cavaquinho e Thiago Kobe na bateria, fará o Show de Lançamento do Cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin", nos dias 26 e 27 de outubro, no RIO SCENARIUM. No repertório regravações de sambas conhecidos em arranjos elegantes, entre eles: “Preciso me Encontrar” (Candeia), “Deixa” (Baden Powell/Vinícius de Moraes), “Samba Rasgado” (Portello Juno/Wilson Falcão), “Com que Roupa” (Noel Rosa), “Quando eu penso na Bahia” (Ary Barroso), “Saudações” (Egberto Gismonti/Paulo César Pinheiro) e grandes sucessos de Dona Ivone Lara e Dorival Caymmi.


Dias: 26/10 (terça) e 27/10 (quarta) às 19 horas
Local: Rio Scenarium (Rua do Lavradio, 20 - Lapa - RJ)

Reservas: (21) 3147-9000
Entrada: R$ 15

Produção & Assessoria: Rosite Val



terça-feira, 5 de outubro de 2010

13/10 - "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin" no Programa Ao Vivo Entre Amigos/ Rádio MEC AM!


Marcos Ozzellin, acompanhado do trio formado por Geraldo Martins no violão, Marcelo Pfeil no cavaquinho e guitarra e Thiago Kobe na percussão, se apresentará no Programa Ao Vivo entre Amigos, dia 13 de outubro, na RÁDIO MEC AM, para divulgar o seu cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin". No repertório sambas conhecidos em arranjos elegantes, entre eles: “Preciso me Encontrar” (Candeia), “Deixa” (Baden Powell/Vinícius de Moraes), “Samba Rasgado” (Portello Juno/Wilson Falcão), “Com que Roupa” (Noel Rosa), “Quando eu penso na Bahia” (Ary Barroso) e “Saudações” (Egberto Gismonti/Paulo César Pinheiro). 

Dia: 13/10 (quarta-feira) às 17 horas

Local: Rádio MEC AM 

(Praça da República, 141 A - Centro - RJ)

*Entrada Franca* 

(distribuição de senhas a partir das 16 horas)

Produção & Assessoria: Rosite Val

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Aprender
a não sentir tanto
a não falar tanto
a não ouvir tanto.

Aprender
a escutar mais as sensações
a preservar mais o silêncio
a calar a voz e o coração.

Calar.
Refletir.
Pensar.
Onde o mais é menos
E o menos é mais.
Sem transparência
Ou como uma que não seja tão reveladora.

Manter o segredo
O mistério
O sagrado e o profano.
Palavras.
Sempre as palavras.
E eu necessito delas.

Agora.
Aqui.
O que há?
Nada? Tudo?
Sei lá!

Palavras.
Sempre as palavras.
E o resto é silêncio.



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Vida Leva (Nelson Angelo)


Tem tanta maneira de levar a vida
A vida leva
Sambando sempre tem jeito
A gente tem direito de ser feliz
Tudo bem mas deixa eu tocar meu samba
Ritmo não é só fazer escala
O samba se aprende na escola da vida
Pergunte ao mestre-sala
Tudo bem mas deixa eu cantar meu samba
Quero alegria, paixão e generosidade
O pão de cada dia, gentileza e muito som
Aí é que fica bom
Tem tanta maneira de levar a vida
A vida leva
A gente tem direito de ser feliz
Deixando de lado a utopia
Não vamos fazer discurso agora
É a hora do samba e o samba não tem fim
Sendo assim vamos viajar no samba
Que a moçada já está alucinada
O samba começou de manhã cedo
E vai até de madrugada

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Je donne mon avis non comme bon mais comme mien."
(Michel de Montaigne)
Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral. (Fonte: Wikipédia)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Los Caballos" - Dirección: Ernesto Clavijo

 Foto: Mariano Czarnobai

"Los Caballos" (Uruguay)/ Teatro Bruno Kiefer - "Se algum dia percebessemos a com nitidez a essência de nosso ser latinoamericano, encontraríamos o eterno casamento entre a realidade a fantasia, entre os sonhos e o mundo consciente. As ilusões, tão constantes nos textos de Mauricio Rosencof, se verão frustadas. Mas ficaram os sonhos. Ulpiano, Lito, Clotilde, Azucena e Barreto (personagens da peça) sonham em voz alta. E n os contam seus sonhos, em meio as tragédias de suas vidas, de maneiras que lhes parecem certas". Saí de casa para ver uma montagem do Teatro de La Gaviota, já que quando estive em Montevideo, tive de voltar um dia antes da estreia de companhia na sede deles e fiquei com vontade de vê-los em cena. A hora chegou e lá fui eu ver "Los Caballos". Teatro cheio, apagam-se as luzes e eis que começa o espetáculo. Bueno, abrem-se as portas do onírico e somos convidados a viajar com essas personagens que vivem em outra época. Só que para muitos fica difícil quando o texto é dito num castellano coloquial e aí se dá o distanciamento. O elenco é desigual, deixando mais evidente as dificuldades em fazer do que o prazer de estar fazendo algo. A construção do papel do menino (Lito) é fraca, cai naquele esteriótipo de parecer quase débil, no tom de voz, nas atitudes, no andar. Os atores que fazem Ulpiano, Azucena e Barreto têm verdade, emoção e dão conta do recado, mas não dá para fazer milagre se não há uma concepção de direção segura. Ver Júver Salcedo/Ulpiano (diretor do Teatro de La Gaviota) em cena comemorando seus 60 anos de dedicação ao teatro é lindo e emociona, mas infelizmente o espetáculo deixou a desejar.

"Cuestión de Principios" - Dirección: Patricia Yosi


 Foto:Ivo Gonçalves

"Cuestión de Principios" (Uruguay)/ Instituto Goethe - "Um homem e uma mulher estão frente a frente, depois de muito tempo sem se ver. Ele é um sindicalista com uma longa miltância política. Ela, uma jornalista e escritora bem sucedida. São pai e filha. Ele escreveu suas memórias e quer que a filha publique um livro sobre isso. Os princípios de pai e filha se confrontrarão quando os dois começarem a trabalhar juntos nesse livro; dois mundos diferentes onde se contrapõem a ética e os ideais de cada um". Bueno, essa é a sinopse da história e me interessei em vê-la. Dia chuvoso em Porto Alegre, teatro do Goethe, alguns lugares vazios na plateia e começa o espetáculo. O que vejo em cena é um embate, um embate entre pai e filha e entre dois bons atores. A história é simples, cenário, figurinos e luzes também, mas as atuações são muito bem construídas, vemos uma proposta de direção - que pode agradar ou não - mas existe. Walter Reyno constrói esse pai militante, sonhador e frágil de uma forma tão natural ... e aproveita a sua própria fragilidade física para o personagem (abro aqui um parentesis para dizer que Walter teve um problema de saúde muito sério há pouco tempo e ainda está em recuperação). Walter é de uma geração de atores uruguaios que trabalha o tempo todo com a construção da personagem nos "moldes Stanislavski", o que para muitos pode ser ultrapassado, mas que funciona - e muito! - se bem feito. Laura Sanchez constrói essa filha num contraponto, forte, segura de si, que serve ao sistema. Algo mortal para esse pai que ainda sonha com um mundo socialista. Mas, essa filha é tão segura assim? Claro que não. E aí se estabelece a relação, o embate entre dois mundos, o choque entre duas gerações, a ação dramática. E Walter e Laura nos fazem rir, nos emocionam, nos fazem refletir ao ver em cena o que muitos de nós vemos e/ou temos no dia-a-dia. Um bom espetáculo, verdadeiro, sensível, simples e sincero, com dois atores de primeira qualidade. Uma ótima surpresa desse 17º Porto Alegre em Cena.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Por Tu Padre" - Dirección: Miguel Cavia


"Por Tu Padre" (Argentina)/ Theatro São Pedro - "O espetáculo trata da relação de paternidade, do desafio de saber sobre a própria origem. No enterro do pai, o filho, já aos trinta anos e também pai, de um menino de 12 anos, resolve esclarecer a dúvida sobre sua verdadeira ascendência. Na cerimônia do funeral, está o antigo amante de sua mãe, amigo do seu pai agora morto. E seu possível pai verdadeiro. A direção de Miguel Cavia torna o contexto de um mero ajuste de contas em um diálogo sobre a solidão e a ternura, a identidade de alguém que tem sempre muitas possíveis origens."
Sábado, dia 18/9, lá fui eu assistir "Por Tu Padre" no São Pedro. Na verdade fui ver "ao vivo" Federico Luppi, esse ator argentino que adoro desde que o vi no filme Elsa y Fred. Teatro cheio, eu na quarta fila da plateia (uhu!) e começa o espetáculo. O que vejo em cena são dois grandes atores, senhores do seu ofício. Adrián Navarro, o filho frágil, fraco, tímido, solitário, quase infantil mantém-se num estado de alma tão intenso e verdadeiro do primeiro ao último minuto ... lindo de ver, de sentir, de respirar junto. O embate entre o filho e o (s) pai (s) se dá através de diálogos banais (e reais!), se ri muito, mas também há tempo para reflexões. Que pessoas queremos ser ou não ser? Eis a questão! Esse filho que ainda tem reações de um menino de 12 anos queria ser assim? Ou não conseguiu ser de outra forma? Esse pai tão fraco, que aceitou a traição da mulher (por não saber exisitir sem ela!) queria ser assim? Ou não conseguiu ser de outra forma? Questionamentos, razões, medos, angústias, amor ... tudo está ali. Federico Luppi, como o pai, vive toda a fragilidade daquele ser, da mesma forma que vive a certa prepotência do antigo amante ... é real, natural ... como o cara que a gente tem (ou teve) em casa e a quem chamamos de pai. Dois grandes atores em cena, direção segura e que diz a que veio, cenário e luzes de uma beleza e delicadeza de acordo com o clima ... o que dizer? Que foi muito bom sair de casa e que voltei para ela levada pelos deuses do teatro. Evoé!

"Sonata de Otoño" - Dirección: Omar Varela


Foto: Guilherme Santos

"Sonata de Otoño" (Uruguay)/ Teatro Renascença - "Filme em 1978, a versão original de “Sonata de Outono” foi dirigida por Ingmar Bergman. A versão teatral é de Omar Varela, um dos diretores mais importantes do Uruguai. A ação se centra em Charlotte, uma famosa pianista que volta para sua casa depois de sete de anos de ausência. É quando ela encontra Eva, sua filha mais velha, que, devido às circunstâncias, educou Helena, a filha mais nova, agora, fatalmente doente. Eva é casada com Viktor, um pastor da igreja local. O casal perdera recentemente seu único filho afogado. A música versus a família. O ser artista versus o ser mulher. O texto explora o universo humano em que não há bons nem maus, mas a complexidade."
Confesso que fui assisitir a essa montagem por causa da Estela Medina (Charlotte). Eu queria tirar a limpo a péssima impressão que tive ao ver essa tão prestigiada atriz uruguaia num papel constrangedor em "La vida es Sueño", montada pela Comedia Nacional (companhia da qual faz parte desde áureos tempos) e que foi apresentada no 15º Poa em Cena. Bueno, finalmente pude ver o trabalho de Estela, afinal Charlotte é uma personagem que ete dá ganas de fazer por ser tão irônica, fria, egoísta e fútil. Ela só enxerga o próprio umbigo o tempo todo (pela dificuldade de lidar com suas emoções), não se importando (ou fingindo não se importar) com a dor que sempre causou - e causa - às suas filhas. Estela é essa mulher, pela postura, pela vaidade cênica, pelo tom, e cumpre belíssimamente seu papel, com verdade e emoção. Mas, mesmo assim há um excesso, como num quadro onde a tinta excede o traço. Vejo que o me voy da bruxa em La vida es Sueño faz parte dela, da atriz, da linha de interpretação que ela tem na carne, é um fazer teatral que sempre tem que ser grandioso, grandiloquente, com muitos gestos e impostações vocais que nos soam muitas vezes caricatos, mas é um estilo seguido nos anos 50 (semelhante aos melodramas hollywoodianos da mesma época) e temos de respeitá-lo. Isso não afeta, em nada, o fato de Estela Medina ser um ícone da sua geração. E eu como consegui retirar o excesso de tinta, vi ali um trabalho digno de parabéns. A atriz Margarita Musto (Eva) emociona com sua verdade e com sua construção tímida e frágil dessa personagem, apesar de faltar uma reação nos momentos onde a verdade - com sua dores e mágoas - é dita cara a cara. Cenários, figurinos e luzes funcionais e de acordo com tudo o que se vê. Uma montagem bonita, delicada e bem feita, mas que não me tocou, não me fez refletir sobre. E disso eu sinto falta.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"As Troianas - Vozes da Guerra" - Direção: Zé Henrique de Paula


 Foto: Lenise Pinheiro

"As Troianas - Vozes da Guerra" (São Paulo)/ Teatro de Câmara Túlio Piva - "Baseado em Eurípedes, com direção de Zé Henrique de Paula, o espetáculo suprime a fala dos personagens e faz paralelo entre a Guerra de Troia e a Segunda Guerra Mundial. As sobreviventes troianas simbolizam as judias arrasadas pelo horror do holocausto, levantando questionamentos sobre privação de direitos, medo, dor e esperança. O texto é transmitido por ações e pela trilha sonora, composta por músicas folclóricas iídiche e gregas, entre outras". 
Contrariando o boca a boca porto-alegrense lá fui, ontem, assistir a essa montagem paulista, falada em alemão. Posso dizer uma coisa: ainda bem que segui a minha intuição. O espetáculo é belíssimo no sentido plástico, estético e teatral. O parelelo criado entre a Guerra de Tróia e o Holocausto é genial. Com uma iluminação, ambientação sonora, figurinos, cenário e elenco afinadíssimos, esse espetáculo teria de tudo para ser uma grata surpresa no Poa Em Cena, mas não o foi. Eu não entendo uma linha sequer em alemão, mas como conheço e estudei o mito trágico e o Holocausto, a barreira da língua não me incomodou, até porque há várias níveis de entendimento e me enquadrei num deles, o da emoção. Mas confesso que para as pessoas que não têm conhecimento sobre tragédia nem entendem alemão, deve ter sido meio difícil acompanhar a história. Há uma cena inesquecível, para mim, nessa montagem: Astianax se despedindo da mãe, Andrômaca, sabendo que vai para a morte, cantando uma linda canção em ídiche. O herói. Emocionante, intenso, trágico.
Quero destacar aqui algumas atuações: da atriz que faz Andrômaca, verdadeira, intensa, trágica desde o primeiro segundo; da atriz que faz Helena, tão intensa e desafiadora como a belíssima traidora; do ator que faz o sub-comandante alemão, num trabalho excepcional na linha tênue entre o dever e a culpa e a do ator que faz o comandante alemão/Menelau, tão desprezível em todos os sentidos que a palavra possa oferecer. Destaco também a interpretação de todos nas canções, vozes afinadas que nos preenchem de sensações. Vocês devem estar pensando: E Hécuba? Bem, a meu ver, a atriz que faz Hécuba não tem o "peso" necessário, a tragicidade que a personagem exige ... ela fica o tempo todo demonstrando o que vai fazer - como se fosse montar uma coreografia de ballet contemporâneo - e não vive, não emociona. E Hécuba é uma personagem divina, é a Rainha de Tróia que perde todos e tudo, mas não se deixa abater: vai de cabeça erguida rumo à morte anunciada. 

"Ir embora com a visão dessas chamas queimando dentro dos meus olhos! Preciso me levantar. Preciso olhar para minha cidade e lhe dizer adeus. Em todo o mundo nunca houve outra igual a ti! Ah, esplêndida morada! Terra bendita até a pouco tão próspera! Ah, terra que deu a luz aos meus filhos! (Ajoelha e bate na terra com as mãos) Filhos, respondam! (Silêncio) Senhor do tempo, Zeus, nosso pai, filho de Crônos! Vê como sofrem esses teus filhos. (Longo silêncio) Vamos, pernas! Me ensinem a andar como uma escrava."
(Hécuba em "Tróia")

"Antígonas" - Dirección: Leonor Manso



"Antígonas" (Argentina)/Teatro Bruno Kiefer - "Quatro narrativas sobre a (des)ritualização do cotidiano no trato da matéria humana contemporânea sob a ótica do mito clássico. A tônica desse espetáculo, dirigido por Leonor Manso, é a existência como lugar/não-lugar que se concretiza no movimento da voz, no deslize pelas situações, na relação entre a constituição do ser mulher e o enigma que está por trás dessa figura. A complexidade e a imensidão do que há de feminino no nosso próprio universo."
Confesso que saí de casa, anteontem, com uma certa expectativa, afinal de contas quando se trata de algo relacionado a algum mito trágico, eu sempre crio expectativas ... e isso definitavente não é legal. O que vi em cena foi o trabalho de duas boas atrizes, mas confesso que fora a última cena que corresponde a "filhas da dor", não senti a correlação com o mito trágico. Pode ser que naquela noite eu não estivesse tão antenada ...




domingo, 12 de setembro de 2010

"Los Padres Terribles" - Dirección: Alberto Zimberg

 
 
 Foto: Guilherme Santos


"Los Padres Terribles" (Uruguai)/ Sala Carlos Carvalho - "Uma família disfuncional através do olhar ácido do genial cineasta e dramaturgo francês Jean Cocteau (1889-1963). Infidelidade, ciúme e confusão de identidades se misturam para criar uma farsa feroz e hilariante. Quando parece que todas as peças poderiam se encaixar, uma decisão drástica deixa cada um dos personagens frente a frente consigo mesmos, com suas loucuras." 
Os meus 8 leitores sabem da minha simpatia e do meu carinho pelo teatro uruguaio e lá fui eu assistir "Los Padres Terribles", correndo, depois do meu útlimo dia de oficina com a Marta Isaacsson. Bem, o que vi em cena me gustó mucho, o diretor Alberto Zimberg opta por uma construção de um teatro de vaudeville onde o ritmo é frenético e as atuações, em muitas vezes , histriônicas. O cenário é simples e funcional e nos faz participar efetivamente de tudo o que acontece naquele quarto. Os atores estão nuito bem em seus personagens, e nas situações absurdas que passam, fazendo com que o jogo cênico nos prenda a atenção e nos faça rir com eles, deles e de nós mesmos em diversos momentos. Quero destacar aqui a atuação de Carla Moscatelli, a tia Leo. Desde o primeiro momento em que aparece ela toma conta da cena, com sua voz, com sua postura cênica, com sua energia, com sua presença. Uma brilhante atriz em todos os sentidos.
Talvez a partir de "Los Padres Terribles" as pessoas parem de tachar o teatro uruguaio de ultrapassado e passem a entender que o fazer teatral é livre de etiquetas e que cada um é cada um, faz a sua arte com verdade e paixão, e isso é o que importa.

sábado, 11 de setembro de 2010

"Happy Days" - Direção: Bob Wilson

"Happy Days" (Itália) / Theatro São Pedro - "Escrito pelo irlandês Samuel Beckett (1906-1989), “Happy Days” é o último grande texto de um dos dramaturgos mais importantes do século XX, que preferiu, nos últimos anos, escrever textos cada vez menores.  Trata-se da tragédia da contemporaneidade: o homem está preso em suas próprias amarras tendo como desafio paradoxal permanecer como está. Winnie é a heroína dessa (des)aventura do apagamento do tempo e do perpetuar da ação".
Ontem, essa que vos escreve saiu de casa rumo ao São Pedro para assistir mais uma montagem do Bob Wilson. Sim, eu que já era admiradora do trabalho dele, após ter o prazer de assisitir Quartett,  virei fã. Teatro lotado (eu finalmente na plateia, uhu!), primeiro sinal, segundo sinal, terceiro sinal ... entra o som, o voil branco sai de cena e eis que surge Adriana Asti/ Winnie. Desde o primeiro momento o que se dá, para mim, é uma aula de atuação de Adriana Asti ... perfeita, milimétrica e grandiosa ao mesmo tempo. Cada detalhe é vivo, é presente (em todos os sentidos da palavra), é verdadeiro. A iluminação te incomoda, o som que marca o acordar/dormir da personagem também, mas é proposital. Afinal, como esperar sempre "le beau jour" se nada está bem ou bom? Como esperar "le beau jour", apesar de tudo? A direçao de Bob Wilson opta pelo texto dito em francês, o que eu acho que dá um ganho especial à montagem, e faz com que as falas tenham uma certa ironia em inúmeros momentos ... mas como não se servir de uma certa ironia para sobreviver a tal aprisionamento? Quem esperava ver a "pirotecnia" de Quartett deve ter saído de lá achando tudo muito parado ou careta, mas eu que fui de coração puro assistir a esse "monólogo" do Beckett, saí de lá de alma lavada em ver uma das grandes dammes do teatro europeu (e do cinema também!), bem de pertinho, (cada nuance, cada olhar, cada intenção, cada gesto) ser ovacionada pelo público presente e agradecer com lágrimas nos olhos. Sim! Podem me chamar de careta, ultrapassada ou o que for, mas eu gosto de TEATRO!

domingo, 5 de setembro de 2010

AMANHÃ, segunda,06/9 - Lançamento do Cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin" na Modern Sound! RJ! Imperdível!

Meus caros!

Aqui vai uma dica imperdível para uma noite acalorada nesse inverno carioca!
Música de qualidade, alto-astral e ambiente pra lá de agradável!
Esperamos vocês lá!

¡Besitos!

Show de Lançamento do Cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin"na Modern Sound!

Marcos Ozzellin, acompanhado do quinteto formado por Rodrigo Lima e Geraldo Martins nos violões, Wilson Chaplin e Thiago Kobe nas percussões e Marcelo Pfeil no cavaco, fará um Show de Lançamento do Cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin", dia 06 de setembro, na MODERN SOUND.
No repertório sambas conhecidos em arranjos elegantes, entre eles: “Preciso me Encontrar” (Candeia), “Deixa” (Baden Powell/Vinícius de Moraes), “Samba Rasgado” (Portello Juno/Wilson Falcão), “Com que Roupa” (Noel Rosa), “Quando eu penso na Bahia” (Ary Barroso) e “Saudações” (Egberto Gismonti/Paulo César Pinheiro).

Dia: 06/9 (segunda -feira) às 19h
Local: Modern Sound (Rua Barata Ribeiro, 502 D - Copacabana - RJ)

*Entrada Franca*
Reservas: (21) 2548-5005
Produção & Assessoria: Rosite Val

sábado, 4 de setembro de 2010

Un homme qui dort - George Perec (1974)


"... A solidão não te ensina nada. A indiferença é inútil, não te faz diferente ..."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

... Os Direitos de uma DEMOCRACIA ...

Uma pergunta que não quer calar: 
Retirar uma faixa pacífica colocada em propriedade privada não é contra lei ???  
Pois hoje os "companheiros" da Prefeita de São Gonçalo Aparecida Panisset fizeram isso no meu bairro !!! 

Sra Prefeita Aparecida Panisset vivemos numa DEMOCRACIA !!! Ou não ??? 

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

... Un poco de poesía ...

"O meu mundo não é como o dos outros,
Quero demais, exijo demais,
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê!"
(Florbela Espanca)

domingo, 15 de agosto de 2010

Marcos Ozzellin - "Preciso me Encontrar" - BNDES (RJ)



Trecho do Show "Marcos Ozzellin - Mestres do Samba" apresentado no Auditório do BNDES em 22 de Julho de 2010. 
Produção & Assessoria: Rosite Val.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

.... Reflexões Teatrais ...

"A tarefa da arte é tornar a realidade impossível." 
(Heiner Müller)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

... Lutando pela Sobrevivência ...

Eu nunca me imaginei em meio a petições, ofícios e coisas afins, mas agora essa é a minha rotina. E confesso que não é tão ruim quanto eu sempre pensei (de tanto ver a minha mãe trabalhar na madrugada nos processos!), só é muito desgastante. Passar o dia na Defensoria Pública, no DRM ou em qualquer órgão que possa nos ajudar cansa, mas é necessário e vale a pena. E aí vamos nós, rumo a mais um dia de luta pela sobrevivência!

domingo, 1 de agosto de 2010

... E a luta pela Covanca continua ...

Após quatro meses das chuvas torrenciais que atingiram o município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, nada foi feito. O meu bairro, Covanca, continua abandonado pelo poder Público Municipal e Estadual e a Prefeitura alega não ter dinheiro para começar as obras de contenção de encostas e explosão de pedras que se fazem necessárias, já que o Governador Sérgio Cabral liberou R$ 53 milhões para as dragagens dos rios e reconstrução de pontes. Por que não começar pelas obras de contenção? Já sei, é porque o Sr. Cabral dorme todas as noites - sem se preocupar se chove ou não - não viu e não passou pelo que nós passamos naquela terrível madrugada! O que nós vimos e passamos nunca sairá das nossas memórias!
Ações já foram movidas pelos moradores, de diversos logradouros, e até agora nada! Daí tivemos a ideia de reunir todo mundo, independente da rua em que mora, e lutar coletivamente pelo bairro, por esse lugar que está desaparecendo do mapa. O Padre André (da Paróquia de Santo Antônio) se juntou à causa, conseguiu uma reunião com a Prefeita Aparecida Panisset, contou e mostrou fotos de todo o corrido na região, mas a ladainha é sempre a mesma, que a Prefeitura não tem dinheiro. Diante disso a Sra Prefeita foi convidada a participar, junto com seus secretários e/ou assessores, de uma reunião que iria ocorrer no bairro no dia 27/7 (terça-feira). Não é necessário dizer que ninguém deles apareceu, mas conseguimos reunir 160 pessoas naquela noite para tomarmos providências coletivamente e exigirmos do poder público os nossos direitos. No dia seguinte, por volta das 13 horas, Padre André conseguiu que três representantes da Prefeitura viessem visitar o bairro: Valmir (Sub-Secretário de Obras), José Alves (Engenheiro) e João Aredes (Engenheiro). Fui ao encontro deles na Travessa Lucas, falei de todos os nossos problemas e da necessidade urgente da visita de geólogos e engenheiros para avaliarem o solo da região e nos darem laudos técnicos para que nós saibamos a real situação em que nos encontramos. Após muito blá-blá-blá, pela primeira vez tivemos a presença de representantes da Prefeitura no meu quintal (e nas adjacências!) para que eles pudessem ver com os próprios olhos a situação em que nos encontramos e o risco que estamos correndo. E sabe o que ouvi do Eng° José Alves? Que eles não sabem o que fazer tamanha a calamidade pública instalada no município de São Gonçalo. E nós? Continuaremos sem dormir se ameaçar chover? Continuaremos sem ter paz? Continuaremos com medo? Continuaremos vendo nosso bairro se transformar num bairro fantasma? Não! Vamos lutar, juntos, pela obras que se fazem necessárias aqui na Covanca! Unidos temos força e iremos até o fim do mundo para conseguir voltar a viver em paz e com dignidade!
Fica aqui um apelo:
SENHOR GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL! SENHORA PREFEITA APARECIDA PANISSET!
O POVO DA COVANCA NÃO PODE E NÃO VAI ESPERAR PELA MORTE!
FAÇAM UM ATO DE HUMANIDADE E ATENDAM AOS MORADORES E ELEITORES!
O BAIRRO DA COVANCA PEDE SOCORRO!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Estreia Primorosa no Rio Scenarium!

Queridos!
Nos dias 23 e 24 de Julho "Denise Krammer e Jequitibá de Garrafa" se apresentaram pela primeira vez no Rio Scenarium! Foram duas noites de casa lotada com um público vibrando com cada interpretação dessa super banda. 
Em breve estaremos lá de novo, é só esperar!


 Denise Krammer & Jequitibá de Garrafa

Thiago Kobe, Denise Krammer, Marcelo Pfeil e André Muato
 
Produção & Assessoria: Rosite Val


Fotos: Rosite Val

terça-feira, 27 de julho de 2010

Estreia em Grande Estilo! Lançamento do Cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin" no BNDES!

No dia 22 de Julho de 2010, às 19 horas, no Auditório do BNDES, estreiava o show "Marcos Ozzellin - Mestres do Samba" que se transformou no show de lançamento oficial do cd "O Samba Transcendental de Marcos Ozzellin" (JSR/2010). Começava ali uma noite brilhante e de casa lotada! A entrada triunfal de Ozzellin arrebatou emoções e aplausos entusiasmados , e a cada nova música mais e mais o público cantava junto, vibrava e se encantava com a belíssima voz desse barítono e suas interpretações viscerais. Na plateia, a família emocionada, amigos de longa data, que acompanharam toda a trajetória dele, desde São Paulo, como a cantora Rosa Estevez (foi ela quem nos apresentou, em 2007, e daí nasceu essa linda parceria!), amigos daqui do Rio como Tereza, Gustavo, o violonista Gabriel Aguiar, Maria e tantos outros que sempre o incentivaram e torceram por ele e frequentadores do BNDES - o nosso público mais rigoroso e mais fiel - que saíram do show  encantados com esse novo talento musical. Foi uma noite mágica, regada de tons, cores e sons, cheia de choros de felicidade, de alegria e de prazer. 
Quero aqui agradecer publicamente a nossa banda bárbara: Geraldo Martins e Rodrigo Lima nos violões; Marcelo Pfeil no cavaquinho e Thiago Kobe e Wilson Chaplin nas percussões, porque sem uma boa banda não existe show; agradecer a minha equipe técnica: Rogério Wiltgen, Márcio e Maurício pela belíssima iluminação e a Gugu e equipe pela excelente qualidade sonora, sem vocês o show não acontece; agradecer a Rosa Estevez pelo simples fato de ter feito o elo entre o Marcos e eu ("quanto riso, quanta alegria") e aos Deuses por terem nos dado a graça de sermos contemplados com uma das 11 vagas do concurso, nacional, promovido pelo BNDES. 
E o sol vai brilhar cada vez mais! Evoé!




 Produção & Assessoria: Rosite Val

Nossa coxia: Marcelo Pfeil, Geraldo Martins, Marcos Ozzellin, eu (Rosite Val), Rodrigo Lima, Thiago Kobe e Wilson Chaplin.

Fotos: Maria Fernandes e Rodrigo Guimarães

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Matéria sobre o Cd "O Samba Transcendental - Marcos Ozzellin" no Ziriguidum. com. Por Beto Feitosa.





Marcos Ozzellin mostra samba alegre
Primeiro CD do cantor tem participações de Ithamara Koorax e José Roberto Bertrami
 
Voz conhecida no circuito da Lapa carioca, o cantor Marcos Ozzellin lança seu primeiro CD. O álbum O samba transcendental é editado pelo selo JSR, do produtor Arnaldo deSouteiro, e traz sambas conhecidos em arranjos elegantes e participações de Ithamara Koorax e José Roberto Bertrami.
A boa seleção de repertório privilegia sambas muito conhecidos, mas com a preocupação de procurar letras mais alegres e otimistas, fugindo da dor-de-cotovelo. Assim Marcos interpreta grandes clássicos de compositores como Noel Rosa (O X do problema e Com que roupa), Dorival Caymmi (O dengo que a nega tem) e Ary Barroso (Quando eu penso na Bahia). Marcos ainda passa por Edmundo, divertida versão de Aloysio de Oliveira para o clássico In the mood que ficou conhecida na gravação de Elza Soares.
Madrinha artística do cantor, Ithamara Koorax aparece com voz linda e interpretação forte em Bocochê, afrosamba de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Líder do prestigiado Azymuth, o pianista José Roberto Bertrami participa em Como será o ano 2000?, delicioso samba de Padeirinho da Mangueira.
Fugindo dos caminhos mais tradicionais, Marcos ousa ao encerrar seu disco com um samba composto por Egberto Gismonti: Saudações, parceria com Paulo Cérsar Pinheiro que batizou o mais recente trabalho do músico. Outra boa surpresa fica com o sempre bem vindo compositor Nelson Ângelo com A vida leva.
De voz bonita e bem colocada, Marcos está à vontade nos 14 sambas do disco. Seguindo seu ofício de sambista da noite, o cantor optou por formações simples, apenas com voz, violão e percussão. Produtor acostumado a trabalhar com estrelas do jazz, Arnaldo deSouteiro assina os arranjos tão econômicos quanto belos.
Sem inventar moda, o paulista Marcos Ozzellin estreia em um disco muito bem feito e agradável. A fórmula de seguir caminhos mais simples é perigosa, pois expõe ainda mais os artistas. Mas ele usa a experiência a seu favor e faz ótimo cartão de apresentação com O samba transcendental. O disco viaja do coração (pulsante) do Rio para lançamento internacional em breve.
 Visite o perfil na comunidade MPB.commarcosozzellin


Marcos Ozzellin - Samba transcendental
Lançamento do CD
Data: 22 de julho, 19h
Local: Auditório do BNDES
Av. Chile, 100 - Centro - Rio de Janeiro
entrada franca
Informações: (21) 2172-7770


quarta-feira, 7 de julho de 2010

22 de Julho - Show "Marcos Ozzellin - Mestres do Samba" / Lançamento do Cd "Marcos Ozzellin - Samba Transcendental" no BNDES (RJ)!


Marcos Ozzellin apresenta o espetáculo “Mestres do Samba” onde presta uma homenagem a alguns dos compositores brasileiros que o influenciaram musicalmente. No repertório grandes sucessos de Baden Powell e Vinícius de Moraes, Ary Barroso, Noel Rosa, Candeia, Herivelto Martins, entre outros, gravados em seu primeiro cd, “Samba Transcendental”, e belíssimas canções de Dorival Caymmi e Dona Ivone Lara. “Mestres do Samba” é um espetáculo que busca mostrar ao público a riqueza, a beleza e a importância das nossas raízes através de versos que atravessam os tempos e retratam a realidade brasileira. Marcos estará acompanhado dos músicos Geraldo Martins (violão), Rodrigo Lima (violão), Marcelo Pfeil (cavaquinho) e Wilson Chaplin (percussão). 
Dia 22 de Julho (quinta) às 19 horas
Local: Auditório do BNDES (Av. Chile, 100 - Centro - RJ)
Entrada Gratuita (retirada de senhas a partir das 18h)
Direção Musical: Arnaldo DeSouteiro
Produção & Assessoria: Rosite Val

Nos dias 23 e 24 de Julho o Rio Scenarium apresenta "Denise Krammer & Jequitibá de Garrafa"

Denise Krammer & Jequitibá de Garrafa trazem no repertório novas roupagens de grandes sucessos do samba como: "Cai Dentro" e "Vou Deitar e Rolar" (Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro), "Eu Canto Samba" (Paulinho da Viola), "O X do Problema" (Noel Rosa) e muito mais! No grupo, André Muato no violão 8 cordas, Marcelo Pfeil no cavaquinho e Thiago Kobe na percussão.

Dias 23/7 (sexta) às 19h40 e 24/7 (sábado) às 20h

Local: Rio Scenarium (Rua do Lavradio, 20 - Lapa - RJ)

Reservas: (21) 3852-1947 - Ingressos: R$ 30

Direção Musical: André Muato

Produção & Assessoria: Rosite Val

segunda-feira, 5 de julho de 2010

... Ando com saudade...

Ando com saudade ...
De gentileza ...
De delicadeza ...
De clareza e sinceridade ...

Ando com saudade ...
Da harmonia dos pássaros ...
Da alegria ...
E do carinho dos meus gatos ...

Ando com saudade ...
Das melodias das noites ...
Do frisson das madrugadas ...
E da minha Arte ...

Agora sim!
De volta à minha raiz
À minha paixão
À minha vida

Nesse peito carrego amigos
De cá e de lá
De ontem, de hoje e de sempre
Que de longe me iluminam
E que de perto me abraçam

Apesar de todas as pedras
E de todas as falácias
Eu ainda acredito ...
Em gente do bem e de bem ...
Em gentileza ...
Em respeito e tranquilidade ...
Entre os homens

Pode ser?





terça-feira, 15 de junho de 2010

... Gente ...

Meus caros!
Já faz um bom tempo que não ando por aqui, mas hoje senti saudade e resolvi compartilhar com vocês as minhas andanças pelo Rio Grande do Sul. 
Em menos de um mês conheci duas cidades da Região Campos de Cima da Serra (e olha que o projeto ainda nem estreou!) e adorei! Vacaria e Lagoa Vermelha são cidades que vivem basicamente da pecuária e da lavoura, ficam a mais ou menos seis horas de distância de Porto Alegre, têm clima frio, o céu de um azul fascinante, histórias e estórias ricas e cheias de tradição e pessoas amáveis. Sabe, fazia tempo que eu não cruzava com gente tão gente ... que tem brilho no olhar quando vê uma criança na escola, quando conta a sua própria história e que ainda acredita que só a educação pode transformar a vida daquele pequeno ser que chega com os pezinhos sujos e dá aquele sorriso tímido quando encontra a professora! Visitei quatro escolas municipais em Lagoa Vermelha e vi a paixão pela educação nos olhos das diretoras! Uma paixão já tão esquecida nas grandes cidades ... talvez pela falta de respeito e valorização ao professor ou pelo fato da cidade grande não te dar tempo de ter olhos limpos ... sei lá. Em Vacaria também vi essa paixão nos olhos da Secretária Municipal de Educação, do Secretário Municipal de Meio Ambiente e da Coordenadora Regional de Educação ... olhares brilhantes e pueris em olhos de gente grande ... emocionante! Esses são pequenos exemplos de uma gama de pessoas que têm orgulho de suas origens, que luta pelos seus e que é feliz com o que escolheu na vida ... como o Seu Alcides, o taxista bem velhinho de Lagoa, que me acompanhou nas incursões pelos bairros e me contou a história da cidade com um sorriso no rosto. 
De repente tudo isso me faz tão bem e me emociona porque sou uma menina do interior que também acredita que só a educação pode salvar ou porque amo ouvir histórias ou porque ... Sabe de uma coisa? Me emociono porque eu ainda acredito em GENTE!


 
Lagoa Vermelha

Vacaria (Catedral Nossa Senhora da Oliveira)


¡Hasta Pronto! 
¡Besitos!