segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Los Caballos" - Dirección: Ernesto Clavijo

 Foto: Mariano Czarnobai

"Los Caballos" (Uruguay)/ Teatro Bruno Kiefer - "Se algum dia percebessemos a com nitidez a essência de nosso ser latinoamericano, encontraríamos o eterno casamento entre a realidade a fantasia, entre os sonhos e o mundo consciente. As ilusões, tão constantes nos textos de Mauricio Rosencof, se verão frustadas. Mas ficaram os sonhos. Ulpiano, Lito, Clotilde, Azucena e Barreto (personagens da peça) sonham em voz alta. E n os contam seus sonhos, em meio as tragédias de suas vidas, de maneiras que lhes parecem certas". Saí de casa para ver uma montagem do Teatro de La Gaviota, já que quando estive em Montevideo, tive de voltar um dia antes da estreia de companhia na sede deles e fiquei com vontade de vê-los em cena. A hora chegou e lá fui eu ver "Los Caballos". Teatro cheio, apagam-se as luzes e eis que começa o espetáculo. Bueno, abrem-se as portas do onírico e somos convidados a viajar com essas personagens que vivem em outra época. Só que para muitos fica difícil quando o texto é dito num castellano coloquial e aí se dá o distanciamento. O elenco é desigual, deixando mais evidente as dificuldades em fazer do que o prazer de estar fazendo algo. A construção do papel do menino (Lito) é fraca, cai naquele esteriótipo de parecer quase débil, no tom de voz, nas atitudes, no andar. Os atores que fazem Ulpiano, Azucena e Barreto têm verdade, emoção e dão conta do recado, mas não dá para fazer milagre se não há uma concepção de direção segura. Ver Júver Salcedo/Ulpiano (diretor do Teatro de La Gaviota) em cena comemorando seus 60 anos de dedicação ao teatro é lindo e emociona, mas infelizmente o espetáculo deixou a desejar.

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