"Quartett" (França) / Teatro do Sesi - "Quartett é uma adaptação do dramaturgo alemão Heiner Müller ao romance epistolar de Choderlos de Laclos, As relações perigosas. O autor afirma que a peça Quartett é uma verdadeira comédia, um jogo sexual que mergulha de forma cínica na luta de classes, apresentando dois personagens ambíguos e intrigantes da aristocracia francesa: Merteuil e Valmont. A ação dramática oscila entre um salão durante a época da Revolução Francesa e um Bunker após a 3ª Guerra Mundial, onde os personagens desdobram-se em quatro ou mais, trocando de identidade e sexo numa brincadeira sem avisos, com sugestões cênicas de forte cunho surrealista". Chegou a hora de conferir a grande expectativa do Poa em Cena, e lá vamos nós, de mapinha na mão (hehehe), rumo à viagem até o Teatro do Sesi. São 21h15 e começa o espetáculo num teatro lotado. O que vejo naquelas quase duas horas é indescritível. Nunca tinha visto uma montagem do Bob Wilson e me encantei com o que vi. "Quartett" é esteticamente lindo, visualmente perfeito, nada ali é over ou gratuito. Para Bob Wilson o texto não tem muita importância e Isabelle Huppert e Ariel Garcia-Valdès brincam, maravilhosamente, com isso. Tudo é tão lindo visualmente que não emociona, quero dizer, não emociona da forma a que estamos acostumados ... a emoção que "Quartett" nos faz experimentar é a mesma que sentimos ao admirar um quadro surreralista ... e é divino! O que é aquele jogo de luz e sombra que faz com que tenhamos a sensação de que o palco está sempre em perspectiva e que a cena está sempre "flutuando"? E a trilha sonora? E o ballet de cores e formas? Tudo milimétrico e perfeito! Genial! Bob Wilson é pop. Confesso que não sou fã dessa "estética pop", mas - caramba! - o que eu vi ontem ficará na minha memória para sempre. "Quartett" é um dos mais belos espetáculos que vi na minha vida e é arrebatador!
"El deber de todo hombre prudente es evitar la guerra" (Las Troyanas)
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
"Quartett" e Bob Wilson!
"Quartett" (França) / Teatro do Sesi - "Quartett é uma adaptação do dramaturgo alemão Heiner Müller ao romance epistolar de Choderlos de Laclos, As relações perigosas. O autor afirma que a peça Quartett é uma verdadeira comédia, um jogo sexual que mergulha de forma cínica na luta de classes, apresentando dois personagens ambíguos e intrigantes da aristocracia francesa: Merteuil e Valmont. A ação dramática oscila entre um salão durante a época da Revolução Francesa e um Bunker após a 3ª Guerra Mundial, onde os personagens desdobram-se em quatro ou mais, trocando de identidade e sexo numa brincadeira sem avisos, com sugestões cênicas de forte cunho surrealista". Chegou a hora de conferir a grande expectativa do Poa em Cena, e lá vamos nós, de mapinha na mão (hehehe), rumo à viagem até o Teatro do Sesi. São 21h15 e começa o espetáculo num teatro lotado. O que vejo naquelas quase duas horas é indescritível. Nunca tinha visto uma montagem do Bob Wilson e me encantei com o que vi. "Quartett" é esteticamente lindo, visualmente perfeito, nada ali é over ou gratuito. Para Bob Wilson o texto não tem muita importância e Isabelle Huppert e Ariel Garcia-Valdès brincam, maravilhosamente, com isso. Tudo é tão lindo visualmente que não emociona, quero dizer, não emociona da forma a que estamos acostumados ... a emoção que "Quartett" nos faz experimentar é a mesma que sentimos ao admirar um quadro surreralista ... e é divino! O que é aquele jogo de luz e sombra que faz com que tenhamos a sensação de que o palco está sempre em perspectiva e que a cena está sempre "flutuando"? E a trilha sonora? E o ballet de cores e formas? Tudo milimétrico e perfeito! Genial! Bob Wilson é pop. Confesso que não sou fã dessa "estética pop", mas - caramba! - o que eu vi ontem ficará na minha memória para sempre. "Quartett" é um dos mais belos espetáculos que vi na minha vida e é arrebatador!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Está chegando a hora ...
Impressões Teatrais ...
domingo, 20 de setembro de 2009
Impressões Teatrais ...
Foto: Fernanda Ramos
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Impressões Teatrais ...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Impressões Teatrais ...
"Kahlo Viva La Vida" (Uruguai) / Teatro de Arena - "É dia dos mortos e Frida Kahlo espera seus convidados. Rivera, Trotsky, Breton, Rockefeller, Paris, Nova York, a lembrança de seu acidente aos 17 anos e a morte, esse personagem tão mexicano, aparecem nesse monólogo salpicado de humor, risos, tequila, pinturas, aromas, medos e dores". Estamos na estreia em Porto Alegre, Adriana Do Reis entra em cena: alta, loira, de olhos verdes. Alguns podem pensar: será que vai dar certo? E ... ali está Frida Kahlo, com toda força, dor, ironia e amor. Amor sim, por Diego Rivera e pela vida. O texto, do mexicano Humberto Robles, é baseado nos diários da própria Frida e isso faz com que tenhamos uma identificação imediata com tudo que está ali. Adriana nos presenteia com um belíssimo trabalho, consistente e denso. Esse é o quarto espetáculo dela que vejo e posso dizer que, agora sim, pudemos conhecer todas as facetas dessa grande atriz uruguaia. "¡Viva La Vida!"
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Impressões Teatrais ...
Foto: Angela Alegria
"The Voca People" (Israel)/ Teatro da Reitoria da UFRGS - "Um fenômeno que surgiu a partir de vídeos divulgados na internet ecoa nos quatro cantos do mundo. The Voca People, grupo israelense de enorme sucesso, foi especialmente convidado - e aceitou - vir ao Brasil participar do Porto Alegre em Cena. Os artistas se auto-intitulam oito aliens, amigos do Planeta Voca – um mundo onde a comunicação é feita apenas por expressões vocais -, que ao longo dos anos ouviram a música da Terra e agora querem por em prática a habilidade que desenvolveram: a de imitar sons. Assim, sem instrumentos ou qualquer outro recurso além de suas figuras impressionantes, unem com maestria teatro, música e performances em um show incrível. Cantorias à capela, coreografias e o moderno beat-box – sons produzidos com a boca imitando instrumentos musicais - surpreendem as plateias em um show muito bem humorado". Essa é a resenha do espetáculo. O que posso dizer mais? Bem, posso dizer que eles são maravilhosos e que ontem, dia 14/9, o público que lotava o Teatro da Reitoria da UFRGS teve uma noite brilhante, regada a muito humor, música boa e alegria. Um espetáculo a parte era ver o diretor musical/maestro (na mesa de som que fica na fila Q) regendo todos os números como se os cantores/performers o vissem. Belo balé de luzes que nos convidada a dançar e a ir para esse Planeta Voca! E ali, bem discretamente, estava o prazer de dizer sou israelense: cada luz vermelha era uma Estrela de David! Hatikva!
Un cafecito con amigas ...
Impressões Teatrais ...
"El Último Fuego" (Uruguai)/Teatro Elis Regina - Depois de muitos dias chuvosos, eis que o sol surge em Porto Alegre - para alegria de todos - e lá vamos nós rumo a Usina do Gasômetro assistir a estreia dessa montagem que acompanho, de perto, desde os seus primeiros passos. Em cena temos um texto denso, difícil e atualíssimo da autora alemã Dea Loher. Essa é a primeira montagem em espanhol do texto e depois de uma temporada muito elogiada em Montevideo e de uma tournée de sucesso pela Alemanha, eis que Gabriela Iribarren, Sergio Mautone, Elena Zuasti e "compañeros", sob a direção de Fernando Alonso, aportam no 16º Poa em Cena. A trama gira em torno de um casal (Susanne e Ludwig) que perdeu o filho atropelado por uma policial que perseguia um suposto terrorista que, na verdade, era um ladrão de carros. Susanne e Ludwig cuidam de Rosemarie (Elena Zuasti), mãe de Ludwig, portadora do Mal de Alzheimer e que, por sua falta de memória, faz com que todos sintam a perda dessa criança inunterruptamente. Essa é somente uma das várias histórias que se desenvolvem, ao mesmo tempo, na peça. Nas tramas paralelas temos Karoline (Sofia Etcheverry), amante de Ludwig, que teve câncer de mama; Edna (Sara de los Santos), a policial que é culpada pela morte do menino; Olaf (Sergio Muñoz), um drogado que não se comunica com ninguém e se sente como um animal enjaulado; Peter (Bernardo Trías), companheiro de Olaf, um desocupado que não sabe o que fazer da própria vida; Rabe (Alejandro Campos), um homem que sofre os horrores vividos na guerra e que é a única testemunha do atropelamento e Rosemarie (Elena Zuasti), a bondosa e alegre senhora que por ter Alzheimer se torna um fardo para a nora e o filho. No geral, Dea Loher, nos apresenta uma série de destinos entrelaçados, de pessoas que dividem a mesma casa de cômodos de classe média baixa e nos oferece um retrato minucioso e detalhista de uma sociedade triste, sem esperanças, caótica e violenta. Com todas essas explicações fica fácil compreender, mas nem sempre o público consegue captar todas essas histórias paralelas num espetáculo que altera ação e narração do fato ocorrido, tudo ao mesmo tempo. Só para se ter uma ideia nem os uruguaios conseguiram captar todas as nuances do texto, somente o público alemão reagiu e entendeu tudo. Eu? Bem, eu compreendi o contexto geral, mas tive dúvidas sobre algumas ações porque nada é verbalmente falado, tudo está nas entrelinhas e "hay que estar muy despierto" para não perdê-las. Mas, como tenho a sorte de ter Gabi como amiga pessoal, pude conversar e ver que - bingo! - tô bem na fita. Quero destacar as atuações de Elena Zuasti, emocionante sempre no papel da senhora; Sergio Mautone como esse pai desgraçado, com uma vida medíocre e que por desespero se torna cruel e afoga a mãe e de Gabriela Iribarren, essa mãe desolada, sozinha, em luta constante consigo mesma e que se sente culpada por simplesmente existir. Algumas cenas me pegaram e me dilaceraram de tal forma que quero compartilhá-las com vocês: Rosemarie (Elena) dançando, comemorando o fim da guerra que já acabou há anos; trazendo de presente um jogo memory para o neto já morto e indo banharse sem jamais imaginar que o próprio filho a afogaria; Ludwig (Sergio) dando banho na mãe e a afogando num ato de desespero, medo, angústia e dor e Susanne (Gabriela) perdida na sua dor de não mais existir. Haja coração!domingo, 13 de setembro de 2009
Impressões Teatrais ...
Impressões Teatrais ...
Impressões Teatrais ...
Impressões Teatrais ...
"Un Dios Salvaje" (Foto: Angela Alegria)




