quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Quem tem medo de Virgínia Woolf?" e meu novo querido amigo!

Foto: Marcelo Amaral
Depois de alguns dias de molho, aqui em terras gaudérias, saí de casa e fui prestigiar, a útlima apresentação, de um novo querido amigo em cartaz com "Quem tem medo de Virgínia Woolf?", de Edward Albee, na Álvaro Moreyra, com direção de Eve Mendes e tendo Alexandre Antunes, Karine de Bacco, Marcelo Pinheiro e Tefa Polidoro no elenco. A estória é a seguinte: George e Marta, casal de meia idade, recebe a visita de jovem professor e sua esposa. À medida que a madrugada avança, as tensões emocionais e psicológicas entre os quatro personagens tornam a verdade algo inevitável e deprimente. Temos em cena quatro jovens atores (em processo de formação no DAD) que dão conta - e muito bem! - do recado. Tão bom ver esses guris de vinte e poucos anos em cena! O jogo, a alegria, o vigor, o compromisso com a proposta, a vontade e o amor pelo teatro estão ali e nos emocionam. O elenco é uniforme, todos se saem bem e ainda têm coisas a lapidar, são como diamantes brutos - e nesse nosso mundo sinto falta de diamantes! A direção, também de uma jovem dadiana, é segura e clara em suas propostas. No Rio não vejo gente tão jovem fazendo bom teatro há muito tempo.
Abro aqui um parentêsis para falar do meu novo querido amigo, Alexandre Antunes. Conheci esse guri, de Bagé, numa oficina de voz, no Porto Alegre em Cena 2008, e o reencontrei esse ano numa oficina de interpretação, ministrada pela Compañía Teatro En El Blanco, do Chile. Dessa vez o convívio foi mais intenso e real. O Alexandre é emoção pura ... trabalha sempre num estado de emoção - e acho que ele ainda não se deu conta disso - , você vê no olho dele cada mudança emocional, cada nuance do personagem, o "mundo" daquele ser e isso é encantador para quem está em cena com ele ou assistindo-o. Claro que ainda há arestas a aparar - a articulação das palavras é uma delas - mas, o essencial para um ator está ali: emoção, entrega, paixão, responsabilidade e respeito ao teatro. Num dos dias da oficina, depois de cenas e cenas, eu disse a ele: "Você me emociona" e ele agradeceu com olhos úmidos, tímido, meio surpreso com o elogio. Assim é como eu vejo o meu mais novo querido amigo. Sinto que ele tem uma estrada brilhante a trilhar e torço para que a sorte o acompanhe, porque talento e dom não lhe faltam. Evoé!

2 comentários:

Alexandre B. A. disse...

Rosite querida! Um abraço pode tentar exprimir o que senti ao ler tua escrita. Minha amiga, muito obrigado por ter nos prestigiado e escrito em teu blog o que realmente sentiu. Não sabes o quanto me emociona, e isso não só quando se refere ao trabalho. Tu é sincera e intensa (vejo que ao escrever também) e foi uma honra ter te conhecido e te ter como amiga. Espero que possamos trabalhar juntos um dia. Um grande beijo pra ti e para Elaine também!

Unknown disse...

Excelente crítica! É realmente empolgante ver o trabalho do Alexandre. Nada como a dedicação e amor ao que faz para merecer de pé os aplausos do público. Parabéns, Alexandre!
Aplausos! Aplausos!